No contexto: A União Internacional de Telecomunicações (ITU) é uma agência das Nações Unidas que se concentra em tecnologias de informação e comunicação. Com sede em Genebra, na Suíça, a ITU possui uma associação global que compreende 193 países, bem como cerca de 900 empresas, instituições acadêmicas e outras organizações regionais.
Como uma das instituições líderes mundiais em tecnologia de TIC, a ITU está naturalmente muito interessada em inteligência artificial e na nova geração cada vez mais prevalente de algoritmos de IA generativos. Esse interesse foi demonstrado recentemente por meio de uma conferência organizada pela agência, que apresentou nove bots digitais distintos, projetados para atender a vários setores e cenários de aplicação.
A reunião ocorreu no centro de conferências da ITU em Genebra e reuniu algoritmos de IA alimentados pela Internet, especialistas em IA e criadores de IA. Os organizadores da conferência disseram que o evento visa mostrar as capacidades, bem como as limitações, da tecnologia robótica atual e produtos de IA generativos. O objetivo final da ITU é avaliar como essas novas capacidades tecnológicas podem contribuir para que as Nações Unidas alcancem suas metas de desenvolvimento sustentável.
Os robôs mostrados na conferência incluíam vários modelos, variando de reproduções “realistas” de seus criadores a trombas femininas montadas em tripés e um par de “cabeças falantes” assustadoras. Entre os notáveis robôs presentes estavam Sophia, a embaixadora de inovação em robôs do Programa de Desenvolvimento da ONU; Grace, um robô de saúde; Desdêmona, uma estrela do rock “digital”; Nadine, uma reprodução da pioneira da robótica Nadia Magnenat Thalmann; e Geminoid, inspirado no professor japonês Hiroshi Ishiguro.
A conferência da ITU contou com a presença de “centenas” de repórteres, tanto no palco quanto remotamente. A situação foi ainda mais complicada pelo fato de os robôs estarem conectados à Internet. Os jornalistas foram aconselhados a fazer suas perguntas lentamente e permitir uma breve pausa para que os algoritmos de IA formulassem suas respostas.
Os organizadores não forneceram detalhes específicos sobre como os bots foram programados ou configurados para interagir com os repórteres, ou até que ponto suas respostas foram roteirizadas por seres humanos. Às vezes, as respostas pareciam imprevisíveis, com um bot expressando como a IA poderia ser um líder mais eficiente. De acordo com o bot, os algoritmos carecem dos vieses dos humanos e podem tomar decisões ótimas processando grandes conjuntos de dados.
Os robôs também alegaram que não substituiriam empregos humanos, o que pode ser verdade por enquanto. A longo prazo, a ITU deseja desenvolver soluções para que humanos e IA colaborem de forma eficaz e estabeleçam uma estrutura regulatória global para essa tecnologia transformadora.