Quando pensamos em processadores de PC, desktops e laptops, dois nomes vêm à mente: Intel e AMD. Embora a Qualcomm tenha entrado em cena com o Windows no Arm, a maior fatia do mercado ainda pertence a esses dois pesos pesados. Essas empresas estão em uma batalha constante por desempenho, preço e domínio de mercado. Mas você sabia que há um nicho em que a AMD detém 100% de participação de mercado, deixando a Intel completamente fora de cena?
Uma história aproximada dos consoles
Essa jornada começou há quase 50 anos com o lançamento do Atari 2600, um console que vendeu milhões de unidades e preparou o cenário para os consoles de jogos que conhecemos hoje. Lançado em 1977, o console usava uma variante da CPU 6502 de 8 bits. A era de 8 bits durou muito, durando até o final dos anos 1980, quando consoles, como o Sega Genesis (ou Sega Mega Drive, dependendo da sua região), mudaram para o Motorola 68000 de 16 bits.
Em 2013, o PlayStation 4 estreou com uma APU AMD, marcando o início do domínio do fabricante de chips.
A era de 32 bits chegou vários anos depois com o Sony PlayStation, que apresentava a CPU MIPS-R 3000. O primeiro Xbox, lançado quase uma década depois, usava uma variante Intel Pentium 3 de 32 bits.
O PlayStation original, lançado em 1994, tinha um processador MIPS-R 3000 RISC de 32 bits. O PlayStation 2, lançado em 2000, apresentava o Emotion Engine — um processador MIPS-R 5900 de 64 bits com um SIMD de 28 bits e um sintetizador gráfico como coprocessador. Este foi um precursor da integração CPU-GPU que vemos hoje. O primeiro Xbox veio com uma CPU Pentium 3 e uma GPU NVIDIA GeForce 3, essencialmente tornando-o um PC em uma caixa.
Oliver Cragg / Autoridade Android
Em 2005, o Xbox 360 introduziu a CPU Microsoft X com três núcleos PowerPC de 64 bits e uma GPU variante ATI Radeon X 1800. O PlayStation 3, lançado em 2006, apresentou o processador Cell — um PowerPC de 64 bits com vários elementos de processamento Single Instruction/Multiple Data (SIMD) — e um equivalente de GPU NVIDIA 7800 GTX chamado Reality Synthesizer. Depois desses dois consoles, o cenário mudaria drasticamente a favor da AMD.
Em 2013, o PlayStation 4 estreou com uma APU AMD apresentando uma CPU octa-core e uma GPU AMD Radeon baseada na arquitetura Graphics Core Next (GCN), semelhante à Radeon HD 7870. Isso marcou o início do domínio da AMD, pois eles forneceram a CPU e a GPU em um único chip. O Xbox One anunciado poucos dias após o PlayStation 4, também apresentou uma APU AMD com uma arquitetura semelhante.
Avançando para a década de 2020, o Xbox Series S, X e PlayStation 5 continuam usando APUs AMD. Esses modelos mais novos apresentam CPUs Zen 2 octa-core e GPUs AMD RDNA 2. O Steam Deck, lançado em 2022, também usa uma APU AMD com uma CPU Zen 2 quad-core e uma GPU AMD RDNA. Outros portáteis, como o ASUS ROG Ally X e o Lenovo Legion Go, também empregam hardware AMD, solidificando ainda mais a posição forte da empresa neste mercado.
Arquitetura é a chave
Adamya Sharma / Autoridade Android
Então por que os consoles AMD estão na moda? É simplesmente uma questão de arquitetura. O domínio da AMD no espaço de consoles de jogos está em sua capacidade de fornecer tanto a CPU quanto a GPU em uma APU, simplificando o pacote. Isso reduz os custos de fabricação, acelera o tempo de lançamento no mercado e dá aos fabricantes de consoles como Sony e Microsoft mais poder de compra. A disposição da AMD em colaborar de perto com essas empresas para criar soluções personalizadas também tem sido um fator significativo.
Usar a arquitetura x86-64 padrão da indústria simplifica o desenvolvimento de jogos, já que muitas ferramentas comuns como Unity e Unreal são compatíveis entre diferentes plataformas. Isso reduz a complexidade e o tempo de desenvolvimento, tornando-o um ganho para todos os envolvidos.
Por que não outras arquiteturas como MIPS ou PowerPC? O MIPS é essencialmente obsoleto e, embora o PowerPC ainda esteja por aí, principalmente em servidores, ele não tem uma oferta de GPU. A Intel poderia potencialmente substituir a AMD, mas suas GPUs atuais são percebidas como de baixo desempenho em comparação. Uma CPU Arm com uma GPU NVIDIA é outra possibilidade, como visto no Nintendo Switch. Ainda assim, problemas de compatibilidade com versões anteriores tornam esta uma opção menos provável para futuros consoles PlayStation e Xbox.
Olhando para o futuro, o domínio da AMD parece definido para continuar. A próxima geração de consoles já está em desenvolvimento. Embora haja rumores de potenciais mudanças para a Arm e a NVIDIA, o forte relacionamento entre a AMD e os fabricantes de consoles e os avanços contínuos da AMD tornam uma mudança improvável.