Scott Adam Gordon / Autoridade Android
Resumo
- O cofundador e CEO do Telegram, Pavel Durov, foi preso na França neste fim de semana, e agora sua detenção foi prorrogada.
- A França pode estendê-lo ainda mais — até 96 horas, o que pode acontecer.
- Embora nenhuma acusação formal tenha sido anunciada contra Durov, ele provavelmente está detido devido à reputação do Telegram como um aplicativo amplamente utilizado por criminosos.
No sábado, o cofundador e CEO do Telegram, Pavel Durov, foi preso no aeroporto de Le Bourget, nos arredores de Paris, França. Autoridades francesas trabalhando em nome do Office Mineurs do país (OFMIN, focado na proteção de menores) levaram Durov sob custódia com base em acusações de que Durov falha em coibir atividades ilegais no Telegram, incluindo exploração de crianças, fraude, tráfico de drogas, cyberbullying, crime organizado e promoção do terrorismo.
Agora, fontes anônimas falando com Agência França-Presse (via Notícias do Yahoo) dizem que a França aparentemente estendeu a detenção de Durov além das 24 horas inicialmente esperadas. A França pode fazer isso várias vezes — até 96 horas de detenção — sem acusar Durov formalmente. Eventualmente, a França precisará acusar Durov ou libertá-lo quando essas 96 horas expirarem.
O mandado OFMIN emitido para a prisão de Durov está pendente há algum tempo. Não está claro por que Durov teria escolhido vir para a França tão descaradamente, sabendo que provavelmente seria preso. Teorias online abundam, desde o presidente russo Vladimir Putin tentando prendê-lo (e Durov escolhendo a prisão na França para escapar) até Durov simplesmente querendo agitar as coisas. A última teoria não é tão estranha, considerando o histórico de Durov de fazer exatamente isso.
O Telegram é famoso por seus chats criptografados de ponta a ponta (E2EE) e “Canais” públicos criptografados por servidor. O anonimato integrado do aplicativo o torna uma bênção para jornalistas e pessoas que vivem sob governos autoritários. No entanto, esse mesmo anonimato torna o Telegram o lugar perfeito para crimes, desde vendas de drogas a planejamento de terrorismo até a proliferação de material de abuso sexual infantil (CSAM).
Durov argumenta que, para o Telegram continuar sendo uma ferramenta integral para as pessoas que o usam para causas bem-intencionadas, ele precisa adotar uma abordagem de “não intervenção”. O OFMIN da França, no entanto, discorda e acha que Durov deve ser responsabilizado pela atividade criminosa na plataforma ou, no mínimo, ser obrigado a fazer mais para moderar as comunicações em seu aplicativo.
De qualquer forma, a França tem cerca de mais 48 horas para acusar Durov ou deixá-lo ir. Durov — que nasceu na Rússia — tem cidadania francesa, incluindo um passaporte francês. Se as autoridades o libertarem, ele poderá ficar e até mesmo viver no país indefinidamente. Atualmente, Durov mora em Dubai, onde o Telegram está sediado.