Edgar Cervantes / Autoridade Android
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- O Spotify tem enfrentado críticas por decidir bloquear seus dispositivos Car Thing até o final do ano, tornando-os inúteis.
- O jornalista de tecnologia Josh Hendrickson revelou que o Car Thing roda em Linux e é, na verdade, código aberto.
- As especificações extremamente fracas do dispositivo tornam impraticável executar qualquer coisa além do reprodutor de mídia baseado na web pretendido.
O Spotify recentemente ganhou as manchetes com sua decisão de desativar todos os dispositivos Car Thing até o final deste ano. A gigante do streaming encerrou as vendas do malfadado gadget há alguns anos. No entanto, o anúncio da desativação completa dos dispositivos funcionais gerou uma reação significativa entre os usuários.
Muitos se perguntaram por que a empresa não poderia simplesmente abrir o código-fonte do hardware, o que teria permitido aos usuários redirecionar os dispositivos em vez de aumentar o problema crescente do lixo eletrônico. Acontece que o Car Thing já está aberto para atualizar novo software. Esta revelação vem de Josh Hendrickson (@Anoraker no YouTube), que recentemente compartilhou suas descobertas no X/Twitter.
De acordo com Hendrickson, o Spotify já tecnicamente tornou o Car Thing o mais aberto possível. Ele roda em Linux, e o código-fonte do U-boot e do kernel Linux do dispositivo está disponível publicamente no GitHub. Além disso, o chip Amlogic do dispositivo permite fácil acesso ao modo BootRom, permitindo aos usuários executar códigos personalizados e até mesmo adicionar seu próprio software.
Então, por que o Spotify não divulgou isso?
Hendrickson acredita que isso se deve às limitações de hardware do dispositivo. Com um processador Amlogic fraco, 4 GB de armazenamento eMMC e apenas 512 MB de RAM, o dispositivo tem potência insuficiente para executar qualquer coisa mais exigente do que seu reprodutor de mídia leve baseado na Web.
Embora o Car Thing esteja teoricamente aberto a ‘hacking’, seu fraco desempenho torna quase inútil qualquer reaproveitamento significativo.
Esta revelação lança uma nova luz sobre o desastre do Car Thing, tornando-o ainda mais decepcionante. Como diz Hendrickson, o dispositivo agora é essencialmente “lixo eletrônico de código aberto”. Para os curiosos sobre esta saga, ele planeja lançar em breve um vídeo detalhado, aprofundando-se nos aspectos técnicos do Car Thing.
Em retrospectiva, criar um dispositivo de US$ 100 apenas para executar um reprodutor de música na web parece um pouco exagerado, especialmente considerando as inúmeras maneiras de alcançar o mesmo resultado usando a tecnologia existente. Seja através de uma melhor integração com sistemas de infoentretenimento automóvel ou aproveitando as capacidades dos smartphones, certamente havia caminhos mais eficientes e ecológicos que o Spotify poderia ter seguido.