Cortar caminho: Amazon e Microsoft colaboraram com o Central Bureau of Investigation (CBI) da Índia para desmantelar falsos centros de suporte técnico que afetaram mais de 2.000 de seus clientes, principalmente nos Estados Unidos. Esses agentes fraudulentos implantaram mensagens pop-up para enganar as vítimas, alegando problemas inexistentes no PC e, em seguida, persuadindo-as a fazer pagamentos para resolver esses problemas.
Recentemente, a agência federal de execução da Índia revelou que tinha executado vários ataques destinado a coibir crimes financeiros organizados cibernéticos. A operação, apelidada de “Chakra-II”, surgiu de uma denúncia conjunta de crime apoiada pela Amazon e pela Microsoft. Abrangeu cinco casos únicos e cobriu 76 locais em vários estados: Delhi, Bengala Ocidental, Kerala, Haryana, Karnataka e Madhya Pradesh.
Na sequência da operação, o órgão de investigação apreendeu 32 telemóveis, 33 cartões SIM, várias unidades flash USB, 48 computadores portáteis/discos rígidos e instantâneos de dois servidores. Também congelaram diversas contas bancárias e apreenderam 15 contas de e-mail.
CBI LANÇA OPERAÇÃO CHAKRA-II PARA COMBATER E DESMONTAR CRIMES FINANCEIROS ORGANIZADOS CIBERENICAMENTE PERMITIDOS;
DURANTE A REPRESSÃO NACIONAL, BUSCAS REALIZADAS EM CERCA DE 76 LOCAIS; GRANDE NÚMERO DE GADGETS DIGITAIS, INCLUINDO LAPTOPS, DISCO RÍGIDO ETC RECUPERADOS pic.twitter.com/0Jx1DdQ2o9– Central Bureau of Investigation (Índia) (@CBIHeadquarters) 19 de outubro de 2023
Esta repressão nacional promoveu a partilha de informações com o CBI, trazendo à luz dois casos de fraude internacional de suporte técnico, em que os acusados operavam vários call centers em cinco estados, disfarçando-se de representantes de suporte técnico.
Esses call centers ilícitos foram projetados para imitar o suporte ao cliente da Microsoft e da Amazon, visando mais de 2.000 clientes principalmente nos Estados Unidos, mas também em outros países como Espanha, Austrália, Alemanha, Canadá e Reino Unido.
A agência afirmou que esse golpe de suporte técnico já estava em andamento há aproximadamente cinco anos. Os fraudadores utilizaram vários gateways e canais de pagamento internacionais para movimentar seus fundos. As vítimas foram apresentadas a mensagens pop-up aparentemente originadas da Microsoft ou de outros fornecedores de tecnologia genuínos, alegando que seus computadores apresentavam problemas técnicos. Essas mensagens continham números gratuitos, o que permitia aos fraudadores se passarem por representantes de suporte técnico para posteriormente acessar remotamente os computadores das vítimas. Os culpados então manipularam os usuários desavisados para fazer pagamentos pelos problemas inexistentes.
O FBI observa que golpes envolvendo suporte técnico e falsificação de identidade do governo resultam em perdas superiores a US$ 1 bilhão anualmente. Uma parte significativa dessas fraudes tem origem em call centers no Sul da Ásia, predominantemente na Índia.
Esta repressão marca a colaboração inaugural entre os dois gigantes da tecnologia para desafiar tais esforços criminosos. A Microsoft afirma que a sua cooperação com as agências de aplicação da lei já interrompeu a fraude de suporte técnico, levando a mais de 30 ataques a centros de atendimento e a mais de 100 detenções. A empresa de tecnologia incentiva outras entidades a se juntarem a este esforço coletivo contra estas práticas ilícitas.
A Unidade de Crimes Digitais (DCU) da Microsoft é especializada em investigar fraudes de suporte técnico e faz a ligação adequada com as autoridades. Em contraste, a Amazon oferece uma plataforma para os usuários relatarem comunicações suspeitas diretamente a eles. Como a fraude possibilitada pela tecnologia continua a ser uma ameaça para ambas as empresas, a sua parceria pode simbolizar um compromisso sustentado para combater estas fraudes em constante evolução e proliferação.
Crédito da imagem: DCstudio